Os dias correm à velocidade de sempre, estou cansada - exausta, pra ser sincera - e ainda falta tanto para fazer. As vitaminas ainda não chegaram, adio a escrita porque, no fundo, tenho um bocado de medo de escrever uma merda, de ser posta à prova. Escolhi um caminho difícil: o trabalho nunca acaba e, se parece que acaba, arranjo sempre mais uma coisa para fazer e assim prolongo o efeito bola de neve. Mas, por outro lado, é bom quando os itens são riscados da lista e as coisas estão feitas e têm sucesso.
Já reescrevi uma parte de ontem, completei outra, esquematizei a que supostamente já devia ter escrito. Vá, são duas páginas e meia - sim, porque eu sou uma rapariga que divide e organiza as coisas - e amanhã era escrever a parte da poesia e as conclusões e terça, quarta e quinta o 1.2 da tese. Sim, estou fora do tempo que defini, mas não atrasada. Já disse que sou resistente, demasiado. Não sei se já disse que sou exigente comigo, demasiado. E exigente com os outros. E por isso é que não me serve qualquer pessoa para se tornar uma amiga, qualquer homem para se tornar um amor. Claro que esta merda de ser resistente, exigente e às vezes obstinada é complicada por uma simples razão: pressão. Lidar com a pressão é das piores coisas que me acontecem. Trabalho bem com e sem ela. Mas preciso de reiniciar o sistema se a pressão não é no trabalho, mas em mim. Isto faz-se, vai-se fazendo. Há-que dividir o tempo. Que saudades dos exames, quando era tudo simples: trabalhar durante o semestre, ler, resumir, estudar, relacionar. Aqui é tudo em grandes proporções: 25 páginas, 30 páginas, 30 páginas, introdução, conclusão, bibiliografia, agradecimentos. Queria tanto não ter nada para me preocupar. Já não me bastava o trabalho todo e agora mais um problema. Andei o fim de semana preocupada, a torcer para que corra tudo pelo melhor, para que o miúdo se aguente e que o coração não lhe falhe. Ficar sem chão é tão fácil. E não acontece só aos outros.
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