sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A certeza do nunca mais

Não gosto de deitar coisas fora. Tenho milhares de coisas armazenadas em caixas, cadernos cheios que guardo em gavetas e que me ocupam espaço, coisas pequeninas que trouxe de viagens, pacotes de açúcar e post it pregados no quadro de cortiça. Tenho uma dificuldade imensa com mudanças, um medo terrível de arranjar de novo as coisas, de as mover e as fazer caber em sítios que a minha vontade não fez para elas, em voltar a acomodá-las. Nos últimos meses tenho acomodado muita coisa ao mesmo tempo que surgiram notícias de coisas que vão mudar. Não é demais, eu sei que aguento. Dentro de tudo isto está "a certeza do nunca mais" que se define por eu pensar nele, olhar para as fotografias dele, para aquela bolinha verde no topo do chat, sempre em primeiro lugar, porque eu não tive coragem de eliminar nem restringir nem nada que o valha, remexer no telemóvel sem carregar no nome para ler mensagens, e saber que é uma pessoa do nunca mais: que nunca mais vou voltar a ver mesmo que vivamos na mesma área, que nunca mais me vai procurar e que eu nunca mais vou procurar. Volta e meia ainda me passam pela cabeça duas ou três esperanças teimosas que eu aniquilo instantaneamente ao dizer em voz alta "esquece isso. nunca mais". E assim o nunca mais instalou-se em mim e faz-me bloquear a vontade de me lembrar das coisas boas. É terrível ter uma história intacta, que, por ela só, não se quebrou, que só traz à memória momentos felizes...que nunca mais. 

Talvez daqui a uns meses, quando já nada me doer e esta cicatriz estiver disfarçada na pele, eu mude a forma de pensar e o nunca mais se transforme noutra coisa qualquer. Agora - e porque não gosto de deitar as coisas fora - vou só continuar as minhas mudanças, arrumações e a deslocação desta história intacta e sem rachadelas para o spam e esperar que não haja nenhum clique inesperado para me fazer abri-la. 

sábado, 26 de setembro de 2015

Quando o pior de 2015 é voltar a escrever - porquê?

"(...)
Neste momento odeio o Sporting porque tu és louco por ele. E quanto mais eu odeio o Sporting mais vezes acerto em ligar a televisão quando o telejornal dá conta do treino, das polémicas, da preparação para o jogo. Odeio o que me desarruma o dia para me lembrar de ti. Até mesmo o vídeo que eu sei que te ia fazer rir e que íamos repetir até à exaustão a copiar as melhores falas, até o casaco azul igual ao teu (e que ficou sujo com o meu pó e tu todo aflito porque não sabias como tirar aquilo) que vejo na rua.(...)
Sempre o silêncio e uma saudade imensa do teu abraço, de te perguntar como foi o dia e de descansares ao pé de mim quase a adormecer. (...)
Já nos tínhamos despedido de nós mesmo sem saber. (...) "

22.9.2015

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sweet January/ sweet 2015

Tenho um bom feeling para este ano. Já disse, não já?

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sobre 2014 ou "Um ano inteiro não será suficiente. para tudo o que não nos acontece"

A verdade é que passei mais de metade do ano a querer que o ano passasse rápido de tão mau que estava a ser. Tudo de mau me acontecia em catadupa, como se mal viesse à tona uma nova onda me deixasse submersa de novo. Passei mais de metade do ano a fazer um esforço sobre-humano de me manter à tona, de conseguir respirar mesmo que aflita porque, afinal de contas, respirar é um sinal de se estar vivo. Chegou uma altura em que eu pouco me importava com o que acontecia; não é que as coisas não me continuassem a acontecer, mas batiam em mim e voltavam para trás, pouco me atingiam de tanto me bater num escudo que eu sabia agora ser de aço impenetrável. O meu desejo mais ardente de 2014 foi que 2014 se fosse embora. Metade do meu ano foi assim porque, contas feitas: funerais e atmosfera fúnebre a cada 15 dias, más energias no trabalho, excesso de trabalho e ter de me desdobrar em vinte, desilusões, deceções e mais uma panóplia de surpresas e eventos desagradáveis só contribuíram para que eu chegasse ao fim de cada dia a pedir por um sono descansado e que me retemperasse as forças para o novo dia que havia de chegar. Não tive sonos sossegados, antes pelo contrário, e dormi mal a maior parte das noites. Só dormi melhor (não bem) quando o cansaço era maior do que aquilo que o meu corpo protegido por um escudo impenetrável podia suportar. Tive insónias, muitas insónias neste ano tão difícil. 2014 foi um ano emocionalmente difícil, um ano que me tirou forças, que me partiu o coração mais vezes do que aquelas que eu achava que podia suportar. 
Foi um ano de partir tudo para reconstruir. E foi assim que eu aprendi a gostar de 2014, não pelas coisas que trouxe, mas pelo bocadinho diferente de pessoa que me tornou. Não vale a pena gastar palavras para contar todas as histórias e todas as peripécias que me foram atiradas. 2014 atirou-me bombas pro colo e a verdade é que grande parte delas explodiu em mim porque sempre me faltou coragem para as atirar para outros e sempre me há-de faltar porque não consigo ser de outra maneira. Passei um ano muito preocupada mas a fazer de conta que nem sequer pensava nisso: com a Minnie, com as patas que lhe falham e com as dores que de vez em quando lhe dão e que me lembram que mais ano menos ano ela não vai estar mais aqui, com o resto da família e os episódios conturbados que foram acontecendo, com o que fazer à vida, com falhar na nova grande aventura em que me meti este ano e que me vai durar mais 2 anos e tal, com os amigos e com uma parte da estrutura que se partiu e que eu tentei segurar a tentar fazer de polvo e chegar lá com os meus oito tentáculos, mas não consegui e, por fim, com ele, que me desgraçou uma maquilhagem acabada de fazer quando me disse que estava todo partido outra vez.  
Este ano foi de aprender: a gostar do ano em si, de aceitar o que acontece porque não vale a pena tentar medir forças quando se está claramente em desvantagem, de deixar a poeira assentar e de esperar pelo que vier, sem grandes dramas, sem dar demasiada importância ao que não importa porque, afinal, o que tiver de ser...é. É um cliché e eu detesto clichés e estou prestes a usar outro: confiar na intuição. Nunca nada foi tão certo aplicado a mim. Neste ano, que parece ter sido feito "no corno da cabra", como diria a minha mãe, quando confiei no que intuí, correu tudo bem e da única vez em que deixei a intuição de lado causei um dano em mim mesma que não devia ter causado.
Este ano foi de demasiadas palavras. Irónico que quem sempre gostou de palavras, que trabalha com palavras ache que um ano as tenha tido em demasia, mas isto é fácil de explicar: desvalorizar. O que se diz a alguém é demasiado importante para não ser verdadeiro. Quando se mente, a palavra perde valor, perde brilho. Quantas e quantas vezes eu não vi palavras escritas este ano e pensei "Onde é que eu já ouvi isso antes?". As pessoas e as palavras das pessoas são para valorizar; daí que 2014 me tenha transformado num pedacinho de pessoa diferente, que já deixou de acreditar só em palavras e que as quer acompanhadas de valores nos gestos, nas atitudes e no ser. E é disso que eu gosto em 2014. Hoje vou abrir o envelope lacrado há precisamente 1 ano no livro da Lídia Jorge e tenho ideia que vou descobrir que metade do que lá está escrito não foi cumprido. Vou voltar a arranjar desculpas para o ano ter corrido mal: a lista no livro da Lídia Jorge (mas porquê que eu lá escondi a lista se eu nem sequer gosto da Lídia Jorge - nem do cabelo dela?), o vestido vermelho que usei o ano passado, a cor errada da cueca do Réveillon, as 12 passas que engoli a contragosto (eu nem sequer gosto de passas!)... Mas nada disso tem problema e é preciso ter anos emocionalmente difíceis de gerir para ser mais e ser melhor. (E eu tenho um bom feeling em relação a 2015!) Bom ano novo.

"Não digas nada
a ninguém,
o tempo,agora,
é de poucas palavras,
e de ainda menos sentido." 

Manuel António Pina (Cuidados Intensivos, 1994)

domingo, 12 de outubro de 2014

Resumo do meu fim de semana em gíria futebolística

Jogada perigosa, estou frente a frente com o guarda redes que, precipitado, vai à bola e faz autogolo, dando-me a vitória e terminando assim o campeonato.

A vida é uma coisa gira.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Há que fazer disto graça


Tenho um aluno novo. Tem o mesmo nome do meu ex. Outra semelhança é que, tal como ele, eu falo, falo, falo, eu explico as coisas de 5 maneiras diferentes...e ele não entende. 

Obrigada, universo. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Das sextas feiras

A sensação mais estranha que me lembro de experienciar. É familiar e é distante, parece certo e parece a coisa mais errada e fora de tempo. É confortável e é desconhecido ao mesmo tempo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

É, nunca chega.

É o pior do amor: ser tudo, ser o motor, ser o essencial e, ainda assim, não ser suficiente. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Verão '14

Sabe-se que o verão está no fim quando se arruma o saco da praia, se tiram os cremes de lá de dentro para voltarem ao armário e se guardam as havaianas. 
Foi o verão mais chocho de sempre e que estes 3 meses que faltam passam rápido que o que eu quero é esquecer este ano horroroso. Começou mal, piorou, parou, correu mais ou menos e agora vamos ver. De qualquer das maneiras, há boas histórias e boas fotografias:






quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Há homens que não são homens; são antas ou 'cá se fazem, cá se pagam' ou ainda 'toma lá que já almoçaste'

F*d*-se que estava difícil este chato do caraças desamparar-me a loja. Não bastaram as respostas secas e lacónicas, os monossílabos, não; vamos lá pedir o número de telefone, levar um 'mensagem visualizada' e ainda insistir na conversa. Entretanto fez-se luz naquela cabeça e percebeu que eu não tenho interesse rigorosamente nenhum naquela conversa de merda que ele tem, mas à qual a seu tempo - e assumo sem problema nenhum - dei corda intencionalmente porque, f*d*-se, depois do que ele me fez há anos  foi o que mereceu. E quando tipos destes voltam, é isto que merecem. Karma is a bitch. Ou então sou só eu. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Momento fofo do dia

Acordei tarde, atrasadíssima pro senhor PT me medir a massa gorda (e me dar uma tampa porque trocou de horário), estou a 2 metros da porta do ginásio e passo por uma miúda de ano e meio, loirinha e de olhos claros. Mal chego ao pé dela, oiço um "olá" super simpático. Parei, sorri à bebé e disse-lhe olá de volta. E ela, fofa fofa fofa, ri-se outra vez pra mim e diz "GIIIIIIIRAAAAAAA". Derreti. ( e comecei bem o dia)

terça-feira, 1 de julho de 2014

julho


Julho é o meu mês e estava ansiosa que ele chegasse. Com julho chega o verão em força e chega o fim de um ciclo e o início de outro. Julho é um mês um bocadinho mais meu porque é o mês que me faz mais feliz até agora. O quanto eu esperei este julho, dia 1, o segundo semestre do ano, uma nova possibilidade de recomeço, de mudança, de coisas boas. Estes seis meses foram um terror, já aqui fui escrevendo sobre eles. Continuo a dizer que não sei como raios me seguro em pé, como continuo a rir e a sorrir. Se calhar estou a ficar uma mulher crescida, se calhar.
Julho é um bocadinho mais meu porque traz de volta quem teve que ir para longe; traz dias longos de praia com a família, com os amigos, só com os primos, só com as amigas. Julho traz  mariscadas, finos, caracóis, bolas de berlim, óculos de sol e calções, vestidos curtos e o bronzeado. 

Julho é um bocadinho mais meu pelas velas que vou soprar daqui a dezasseis dias; é um bocadinho mais meu pelo que me faz pensar e repensar e sentir. E pela esperança de dias melhores que eu não sei como mas ainda acredito que virão. 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Este post é um pedido de desculpas

Dizem as leis da irmandade das gajas que temos de ser umas pras outras. O caraças. Seguindo este pressuposto universal, sempre que vemos uma mana em apuros é nosso dever de boas samaritanas alertá-la para o facto. O tanas. 
Serve este post de pedido de desculpas à moça atualmente iludida pelo meu ex, porque efetivamente se vai lixar. Daqui a um mês ou um ano, esta moça vai-se lixar e vai acabar com o coração partido. Been there, done that. E eu sei disto tudo porque conheço a peça bem demais: não muda, não vai mudar; é como uma borracha que podemos apertar e muda de forma, mas que quando largamos volta ao mesmo. E eu tenho pena da moça porque nenhuma mana merece isto; aliás, ela está em apuros e não sabe, porque pra ela aquilo é a melhor companhia de todo o sempre, tanta felicidade, ai que eu sou a gaja que mudou o cabrão. O caraças. Isso não acontece. Mais: eu não sigo a lei da irmandade das gajas por um motivo óbvio: seria eu a passar por recalcada ou por ressabiada porque eu é que não fiquei com ele. Isto de as gajas serem umas pras outras é muito lindo, porque quando chegam estas horas as gajas viram-se contra as gajas porque as gajas são umas filhas da mãe.  
Portanto, amiga, desculpa lá eu saber de antemão que estás a andar de bicicleta sem mãos e que vais cair e não te dizer nada. Entre meter-me numa confusão e ser alguém que não corresponde a quem eu sou, olha, aguenta quando isso der merda que eu também aguentei e estou viva e bem, que um homem desses nem pra pano de chão serve. Entretanto, muito boa sorte. Vais precisar. 

sábado, 21 de junho de 2014

Fazer das tripas coração

Hoje foi o dia.

Quando...

não há palavras, ou melhor, quando continua a não haver palavras. Há pessoas que realmente não têm noção do que dizem e muito menos do que fazem. Como é que é possível? Não entendo, nunca vou entender e nem quero entender.




















(Que raiva.Que raiva, Que raiva. Mas vai passar; tudo passa.)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Das palavras

Isto anda parado. Ando sem paciência para palavras, a verdade é essa. Quando eu digo que realmente não sei como raio ainda estou de pé, é a mais pura das verdades. O que aconteceu foi só a pior experiência que alguma vez tive com um ser humano (se é que a expressão se pode aplicar...) e há dias em que me custa acreditar que haja gente capaz de ser tão reles. Dizia o poeta que "já gastámos as palavras", mas o que eu sei é que as pessoas abusam das palavras, do significado e do impacto que elas podem ter. O que aconteceu podia ter sido coisa para me arrastar para uma cama durante dias, para me deixar infeliz, para me roubar o pouco que eu ainda vou acreditando nas pessoas. Serviu para isso tudo, para eu perceber que afinal ainda sei chorar como uma criança pequena. Serviu para me incutir uma dose extra de medo de me dar aos outros, serviu para me abrir os olhos. Serviu para ter colo dos amigos - dos poucos que souberam - e para me mostrar que cresci e que afinal sei lidar com coisas. Não vou mentir: tenho um pedaço de coração arrancado e há coisas que já não posso mais ser e não consigo nem posso mais acreditar. Mas tenho um sorriso que não sabia que tinha pra me levantar todos os dias, para deitar a cabeça na almofada e dormir de consciência tranquila, de estar em paz. Tenho um pedaço de coração a menos e uma ferida feia ainda por cicatrizar, mas tenho a certeza que sei cuidar de mim. E tudo vai ficar bem.

Das definições que se encontram sem querer


"Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa." 

(No quartinho dos fundos, na caixa mais escondida para não se ver, mas sem expulsar de casa.)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Das constatações

Um ano não chegava para contar tudo o que me aconteceu no último mês e meio. Estou viva não sei bem como, já que andei a fugir de balas que me chegaram de todos os lados. Este 2014 anda-me a trocar demasiado as voltas. Eu bem digo que detesto anos pares. 

2014 - coisas a acontecer

Resultado positivo, papelada tratada. Agora é oficial. Que friozinho na barriga.


quarta-feira, 30 de abril de 2014

2014 - coisas a acontecer

Agora é esperar uns dias e saber o resultado. Cross your fingers!!!