Esta semana o tempo passou simultaneamente rápida e lentamente. Os dias começaram cedíssimo e acabaram tardíssimo. Sempre numa correria, por entre risos, lágrimas, capas, amigos, coragem para decisões que encerraram a sexta-feira. Ontem o dia foi estranho, como a maioria dos meus dias. Estacionei o carro na faculdade às 7.30h e saí às 21.50h. Lembro-me mais do tempo a partir das 3 da tarde, em que ia sair disparada para ir ter com a T. que chorava ao telefone. Eu não sabia se chorava ou ria, mas acabou por ganhar o primeiro. Quando me vinha embora passaram tantas músicas na rádio e, por mais esforço que faça, não me lembro agora de nenhuma. Lembro-me apenas das luzes dos candeeiros acesas, do conta-quilómetros a marcar os 120, de ouvir a melodia e de ter os pensamentos a rodopiar, o coração descansado. Lembro-me de vir a juntar palavras, a escolhê-las a dedo para transmitir exactamente o que queria. E de acordar hoje e ver que a única resposta que tinha era o silêncio. Lembro-me de serem 4 da manhã, de ter acordado com dores de garganta porque a voz não falhou e de ter respondido à Miss Bright Side, de ter lido o que o T. me disse e de ter desatado a chorar feita Madalena e de pensar que gostaria de ter sempre comigo num papel aquelas palavras, mesmo que já estejam bem guardadas comigo. Lembro-me de voltar a adormecer com os pensamentos a jogar pingue-pongue com duas bolas diferentes e de acabar por adormecer. Lembro-me de acordar 3 horas depois, 4 horas depois, 5 horas depois e de já não conseguir dormir mais apesar de todo o cansaço que me está nos ombros, nas mãos, no cérebro e no coração.
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