quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sobre 2014 ou "Um ano inteiro não será suficiente. para tudo o que não nos acontece"

A verdade é que passei mais de metade do ano a querer que o ano passasse rápido de tão mau que estava a ser. Tudo de mau me acontecia em catadupa, como se mal viesse à tona uma nova onda me deixasse submersa de novo. Passei mais de metade do ano a fazer um esforço sobre-humano de me manter à tona, de conseguir respirar mesmo que aflita porque, afinal de contas, respirar é um sinal de se estar vivo. Chegou uma altura em que eu pouco me importava com o que acontecia; não é que as coisas não me continuassem a acontecer, mas batiam em mim e voltavam para trás, pouco me atingiam de tanto me bater num escudo que eu sabia agora ser de aço impenetrável. O meu desejo mais ardente de 2014 foi que 2014 se fosse embora. Metade do meu ano foi assim porque, contas feitas: funerais e atmosfera fúnebre a cada 15 dias, más energias no trabalho, excesso de trabalho e ter de me desdobrar em vinte, desilusões, deceções e mais uma panóplia de surpresas e eventos desagradáveis só contribuíram para que eu chegasse ao fim de cada dia a pedir por um sono descansado e que me retemperasse as forças para o novo dia que havia de chegar. Não tive sonos sossegados, antes pelo contrário, e dormi mal a maior parte das noites. Só dormi melhor (não bem) quando o cansaço era maior do que aquilo que o meu corpo protegido por um escudo impenetrável podia suportar. Tive insónias, muitas insónias neste ano tão difícil. 2014 foi um ano emocionalmente difícil, um ano que me tirou forças, que me partiu o coração mais vezes do que aquelas que eu achava que podia suportar. 
Foi um ano de partir tudo para reconstruir. E foi assim que eu aprendi a gostar de 2014, não pelas coisas que trouxe, mas pelo bocadinho diferente de pessoa que me tornou. Não vale a pena gastar palavras para contar todas as histórias e todas as peripécias que me foram atiradas. 2014 atirou-me bombas pro colo e a verdade é que grande parte delas explodiu em mim porque sempre me faltou coragem para as atirar para outros e sempre me há-de faltar porque não consigo ser de outra maneira. Passei um ano muito preocupada mas a fazer de conta que nem sequer pensava nisso: com a Minnie, com as patas que lhe falham e com as dores que de vez em quando lhe dão e que me lembram que mais ano menos ano ela não vai estar mais aqui, com o resto da família e os episódios conturbados que foram acontecendo, com o que fazer à vida, com falhar na nova grande aventura em que me meti este ano e que me vai durar mais 2 anos e tal, com os amigos e com uma parte da estrutura que se partiu e que eu tentei segurar a tentar fazer de polvo e chegar lá com os meus oito tentáculos, mas não consegui e, por fim, com ele, que me desgraçou uma maquilhagem acabada de fazer quando me disse que estava todo partido outra vez.  
Este ano foi de aprender: a gostar do ano em si, de aceitar o que acontece porque não vale a pena tentar medir forças quando se está claramente em desvantagem, de deixar a poeira assentar e de esperar pelo que vier, sem grandes dramas, sem dar demasiada importância ao que não importa porque, afinal, o que tiver de ser...é. É um cliché e eu detesto clichés e estou prestes a usar outro: confiar na intuição. Nunca nada foi tão certo aplicado a mim. Neste ano, que parece ter sido feito "no corno da cabra", como diria a minha mãe, quando confiei no que intuí, correu tudo bem e da única vez em que deixei a intuição de lado causei um dano em mim mesma que não devia ter causado.
Este ano foi de demasiadas palavras. Irónico que quem sempre gostou de palavras, que trabalha com palavras ache que um ano as tenha tido em demasia, mas isto é fácil de explicar: desvalorizar. O que se diz a alguém é demasiado importante para não ser verdadeiro. Quando se mente, a palavra perde valor, perde brilho. Quantas e quantas vezes eu não vi palavras escritas este ano e pensei "Onde é que eu já ouvi isso antes?". As pessoas e as palavras das pessoas são para valorizar; daí que 2014 me tenha transformado num pedacinho de pessoa diferente, que já deixou de acreditar só em palavras e que as quer acompanhadas de valores nos gestos, nas atitudes e no ser. E é disso que eu gosto em 2014. Hoje vou abrir o envelope lacrado há precisamente 1 ano no livro da Lídia Jorge e tenho ideia que vou descobrir que metade do que lá está escrito não foi cumprido. Vou voltar a arranjar desculpas para o ano ter corrido mal: a lista no livro da Lídia Jorge (mas porquê que eu lá escondi a lista se eu nem sequer gosto da Lídia Jorge - nem do cabelo dela?), o vestido vermelho que usei o ano passado, a cor errada da cueca do Réveillon, as 12 passas que engoli a contragosto (eu nem sequer gosto de passas!)... Mas nada disso tem problema e é preciso ter anos emocionalmente difíceis de gerir para ser mais e ser melhor. (E eu tenho um bom feeling em relação a 2015!) Bom ano novo.

"Não digas nada
a ninguém,
o tempo,agora,
é de poucas palavras,
e de ainda menos sentido." 

Manuel António Pina (Cuidados Intensivos, 1994)

domingo, 12 de outubro de 2014

Resumo do meu fim de semana em gíria futebolística

Jogada perigosa, estou frente a frente com o guarda redes que, precipitado, vai à bola e faz autogolo, dando-me a vitória e terminando assim o campeonato.

A vida é uma coisa gira.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Há que fazer disto graça


Tenho um aluno novo. Tem o mesmo nome do meu ex. Outra semelhança é que, tal como ele, eu falo, falo, falo, eu explico as coisas de 5 maneiras diferentes...e ele não entende. 

Obrigada, universo. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Das sextas feiras

A sensação mais estranha que me lembro de experienciar. É familiar e é distante, parece certo e parece a coisa mais errada e fora de tempo. É confortável e é desconhecido ao mesmo tempo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

É, nunca chega.

É o pior do amor: ser tudo, ser o motor, ser o essencial e, ainda assim, não ser suficiente. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Verão '14

Sabe-se que o verão está no fim quando se arruma o saco da praia, se tiram os cremes de lá de dentro para voltarem ao armário e se guardam as havaianas. 
Foi o verão mais chocho de sempre e que estes 3 meses que faltam passam rápido que o que eu quero é esquecer este ano horroroso. Começou mal, piorou, parou, correu mais ou menos e agora vamos ver. De qualquer das maneiras, há boas histórias e boas fotografias:






quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Há homens que não são homens; são antas ou 'cá se fazem, cá se pagam' ou ainda 'toma lá que já almoçaste'

F*d*-se que estava difícil este chato do caraças desamparar-me a loja. Não bastaram as respostas secas e lacónicas, os monossílabos, não; vamos lá pedir o número de telefone, levar um 'mensagem visualizada' e ainda insistir na conversa. Entretanto fez-se luz naquela cabeça e percebeu que eu não tenho interesse rigorosamente nenhum naquela conversa de merda que ele tem, mas à qual a seu tempo - e assumo sem problema nenhum - dei corda intencionalmente porque, f*d*-se, depois do que ele me fez há anos  foi o que mereceu. E quando tipos destes voltam, é isto que merecem. Karma is a bitch. Ou então sou só eu. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Momento fofo do dia

Acordei tarde, atrasadíssima pro senhor PT me medir a massa gorda (e me dar uma tampa porque trocou de horário), estou a 2 metros da porta do ginásio e passo por uma miúda de ano e meio, loirinha e de olhos claros. Mal chego ao pé dela, oiço um "olá" super simpático. Parei, sorri à bebé e disse-lhe olá de volta. E ela, fofa fofa fofa, ri-se outra vez pra mim e diz "GIIIIIIIRAAAAAAA". Derreti. ( e comecei bem o dia)

terça-feira, 1 de julho de 2014

julho


Julho é o meu mês e estava ansiosa que ele chegasse. Com julho chega o verão em força e chega o fim de um ciclo e o início de outro. Julho é um mês um bocadinho mais meu porque é o mês que me faz mais feliz até agora. O quanto eu esperei este julho, dia 1, o segundo semestre do ano, uma nova possibilidade de recomeço, de mudança, de coisas boas. Estes seis meses foram um terror, já aqui fui escrevendo sobre eles. Continuo a dizer que não sei como raios me seguro em pé, como continuo a rir e a sorrir. Se calhar estou a ficar uma mulher crescida, se calhar.
Julho é um bocadinho mais meu porque traz de volta quem teve que ir para longe; traz dias longos de praia com a família, com os amigos, só com os primos, só com as amigas. Julho traz  mariscadas, finos, caracóis, bolas de berlim, óculos de sol e calções, vestidos curtos e o bronzeado. 

Julho é um bocadinho mais meu pelas velas que vou soprar daqui a dezasseis dias; é um bocadinho mais meu pelo que me faz pensar e repensar e sentir. E pela esperança de dias melhores que eu não sei como mas ainda acredito que virão. 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Este post é um pedido de desculpas

Dizem as leis da irmandade das gajas que temos de ser umas pras outras. O caraças. Seguindo este pressuposto universal, sempre que vemos uma mana em apuros é nosso dever de boas samaritanas alertá-la para o facto. O tanas. 
Serve este post de pedido de desculpas à moça atualmente iludida pelo meu ex, porque efetivamente se vai lixar. Daqui a um mês ou um ano, esta moça vai-se lixar e vai acabar com o coração partido. Been there, done that. E eu sei disto tudo porque conheço a peça bem demais: não muda, não vai mudar; é como uma borracha que podemos apertar e muda de forma, mas que quando largamos volta ao mesmo. E eu tenho pena da moça porque nenhuma mana merece isto; aliás, ela está em apuros e não sabe, porque pra ela aquilo é a melhor companhia de todo o sempre, tanta felicidade, ai que eu sou a gaja que mudou o cabrão. O caraças. Isso não acontece. Mais: eu não sigo a lei da irmandade das gajas por um motivo óbvio: seria eu a passar por recalcada ou por ressabiada porque eu é que não fiquei com ele. Isto de as gajas serem umas pras outras é muito lindo, porque quando chegam estas horas as gajas viram-se contra as gajas porque as gajas são umas filhas da mãe.  
Portanto, amiga, desculpa lá eu saber de antemão que estás a andar de bicicleta sem mãos e que vais cair e não te dizer nada. Entre meter-me numa confusão e ser alguém que não corresponde a quem eu sou, olha, aguenta quando isso der merda que eu também aguentei e estou viva e bem, que um homem desses nem pra pano de chão serve. Entretanto, muito boa sorte. Vais precisar. 

sábado, 21 de junho de 2014

Fazer das tripas coração

Hoje foi o dia.

Quando...

não há palavras, ou melhor, quando continua a não haver palavras. Há pessoas que realmente não têm noção do que dizem e muito menos do que fazem. Como é que é possível? Não entendo, nunca vou entender e nem quero entender.




















(Que raiva.Que raiva, Que raiva. Mas vai passar; tudo passa.)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Das palavras

Isto anda parado. Ando sem paciência para palavras, a verdade é essa. Quando eu digo que realmente não sei como raio ainda estou de pé, é a mais pura das verdades. O que aconteceu foi só a pior experiência que alguma vez tive com um ser humano (se é que a expressão se pode aplicar...) e há dias em que me custa acreditar que haja gente capaz de ser tão reles. Dizia o poeta que "já gastámos as palavras", mas o que eu sei é que as pessoas abusam das palavras, do significado e do impacto que elas podem ter. O que aconteceu podia ter sido coisa para me arrastar para uma cama durante dias, para me deixar infeliz, para me roubar o pouco que eu ainda vou acreditando nas pessoas. Serviu para isso tudo, para eu perceber que afinal ainda sei chorar como uma criança pequena. Serviu para me incutir uma dose extra de medo de me dar aos outros, serviu para me abrir os olhos. Serviu para ter colo dos amigos - dos poucos que souberam - e para me mostrar que cresci e que afinal sei lidar com coisas. Não vou mentir: tenho um pedaço de coração arrancado e há coisas que já não posso mais ser e não consigo nem posso mais acreditar. Mas tenho um sorriso que não sabia que tinha pra me levantar todos os dias, para deitar a cabeça na almofada e dormir de consciência tranquila, de estar em paz. Tenho um pedaço de coração a menos e uma ferida feia ainda por cicatrizar, mas tenho a certeza que sei cuidar de mim. E tudo vai ficar bem.

Das definições que se encontram sem querer


"Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa." 

(No quartinho dos fundos, na caixa mais escondida para não se ver, mas sem expulsar de casa.)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Das constatações

Um ano não chegava para contar tudo o que me aconteceu no último mês e meio. Estou viva não sei bem como, já que andei a fugir de balas que me chegaram de todos os lados. Este 2014 anda-me a trocar demasiado as voltas. Eu bem digo que detesto anos pares. 

2014 - coisas a acontecer

Resultado positivo, papelada tratada. Agora é oficial. Que friozinho na barriga.


quarta-feira, 30 de abril de 2014

2014 - coisas a acontecer

Agora é esperar uns dias e saber o resultado. Cross your fingers!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Dos sonhos

Odeio sonhar com o *****, principalmente depois de o ter encontrado completamente por acaso e ter ficado com as pernas bambas do susto, do choque, do que quer que seja. É facto que foi difícil tirá-lo da cabeça nos dias seguintes, passei horas inquieta - e estando de férias ainda pior porque sobra tempo para ter a cabeça desocupada. Lá passou mas...volta e meia lá me aparece aquele sorrisão na memória. Eu sei, eu sei, já repeti 500 mil vezes que não, não e não e eu sei que não vou fazer nada e nem sequer dirigir-lhe um 'olá', mas caraças afinal sinto falta dele. 

Tem caroço nesse angu

Bom, bom é uma pessoa dar corda, ir dando corda sabendo nitidamente que tudo não passa de letra, que debaixo de tanta banalidade há ali alguma coisa - que não me está a escapar. Bom, bom é uma gaja fingir-se de otária porque na verdade não está pra se chatear. 


Ou como diria a minha amiga S.: "isso é uma perda de tempo."

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Do que ficou mal resolvido ou de quem não se espera encontrar:


Não se aprende nada aqui nesta minha vidinha complicada.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Ultimamente ando a raciocinar com base em letras de músicas. Não umas quaisquer, obviamente, mas músicas que me lembram de coisas e de pessoas como se tivessem lá definições, coisas guardadas. Tenho pensado muito - já deu pra ver que eu penso demasiado na vida - mas de maneira diferente. Se há um mês me dissessem que ia estar neste ponto agora, eu não tinha acreditado. Não é que tenha mudado muita coisa. Eu é que me apercebi de como mudaram as coisas. Não é mau, aliás, não é nada mau. Sinto-me desprendida, sem receio de magoar X ao fazer alguma coisa. Sinto-me endurecida de tantas semanas de vulnerabilidade. 
Tenho pensado muito numa metáfora em concreto, de cacos espalhados. Meia dúzia de palavras quebraram o encantamento e espalharam-se os vidrinhos, mil vidrinhos estraçalhados. Como não gosto de deitar fora, varri tudo - o que sobrou... - e arrumei num canto sem mexer e sem a preocupação de colar, de reconstruir, de dar uma forma ao conjunto de cacos desencantados que sobrou. E foi isso que me trouxe essa sensação agridoce de desprendimento, como se fosse uma vida nova a começar - de tantas que já recomecei este ano. 

De março a abril em jeito de resumo








Uma canseira, portanto. Concerto da Beyoncé, trabalho, jantar na tia para esticar o cabelo, casamento em Braga, Portugal Fashion, concerto dos Silence4. E foi bem bom. 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Não é fácil ser gaja, muito menos uma gaja distraída - só as gajas vão entender

Guilty. Até hoje só me esqueci disto duas vezes. Da primeira o falecido andou com aquilo dias e dias guardado mas devolveu-mo, desta...bem, foi mesmo a pressa de fazer o saco e sair de casa pra ir ao ginásio. Esta alminha foi malhar a sério, foi ao banho e estava-se a vestir quando notou que faltava alguma coisa: o soutien. Pois. Voltar a casa estava fora de questão. Bora lá então e já que há um shopping ao pé do trabalho, fica tudo a caminho. Pensava eu que me ia safar na nova Primark - que supostamente abriu sábado - e dei com a cara na porta. Bonito. Onde é que eu me vou safar com precisamente 30 minutos pra comprar isto e sem dar os olhos da cara por um? Em lado nenhum. Aqueles de que gostei...copas pequenas - a Oysho e a Women's secrets são lojas para esquecer. Ainda pensei que a minha sempre querida e fiel H&M me safasse como sempre...mas é das poucas lojas neste raio desta cidade que não tem a parte de lingerie. Resultado? Um dia inteirinho free as a bird e a pensar "está toda a gente a olhar pra mim". Nunca mais me apanham noutra destas!

terça-feira, 18 de março de 2014

E pra começar a semana em beleza...

toma lá um rim minado e os moços que fizeram merda contigo a vir pedir-te desculpa.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Ok, respira. Acho que é o que me tenho dito nos últimos tempos e 'por últimos tempos' leia-se meses. Olhando pra trás, a verdade é que não tenho ideia de como sobrevivi a esta catrefada de coisas que me aconteceu. Antes era fácil: chorava que nem uma Madalena e passava. Agora não consigo; é como se tivesse perdido essa capacidade. Era natural chorar 3 ou 4 vezes por semana e bem longe vão os tempos em que todas as noites chorava (tal como longe já vai essa pessoa e ainda não sei se tenho saudades de quem eu era), mas o motivo era o de sempre, era uma "dor localizada". Agora parece que alguma coisa em mim se transformou, que endureceu, como se tivesse passado por uma espécie de filtro, de cabine transformadora. Se antes fazia questão de dizer que X me incomodava, agora estou numa de 'faz o que quiseres, deixa andar'; não é que não me importe, mas não mostro que me importo. À conta dessa dureza de carapaça, mal me sinto atingida contra-ataco. Normal, normalíssimo; não vou voltar a passar pelo mesmo over and over again. Não é bom, não. Tem sido dia a dia, sem grandes planos, sem grandes esperanças, sem grande rumo; poucas coisas definidas. Pelo menos as semanas estão a correr melhor porque não me sinto tão down e consegui fazer das tripas coração e ser genuinamente a pessoa mais bem disposta do mundo depois de levar mais uma patada que doeu. Com o tempo aprende-se a saber quando as coisas são ditas de propósito para magoar. O problema é quando se acha que o propósito de magoar não justifica o que se disse e não se mostra que se quer saber.

terça-feira, 11 de março de 2014

Sorry seems to be the hardest word

E eis que pumba, fiz merda. Já admiti, já pedi desculpa. Nada mais a fazer a não ser esperar sinceramente que passe. Foi feio? Foi. Fui estúpida? Mil vezes. Uma mensagem mal interpretada levou a mais mensagens mal interpretadas e está o caos instalado. Sei lá, pareceu-me mesmo aquilo que achei na altura, pareceram-me palavras feias e ofensas, pareceu-me gozo e tendo em conta o meu ano só horroroso...não era coisa que fosse permitir outra vez. Às vezes uma pessoa protege-se tanto que acaba é a fazer asneira. Foi o que me aconteceu. Não deviam pagar uns pelos outros, é um facto. Foi a primeira vez que o fiz e correu mal. Foi errado, mas se não tivesse doído eu não tinha "contra-atacado" que era o que naquelas circunstâncias fazia sentido.


Desculpa. Outra vez e mais uma vez.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Resumo da semana:

A sério, eu ultimamente ando com uma sorte...! Só no fim de semana foi um que nem comigo nem sem mim, um mirone que por esta altura deve estar a precisar de um colete cervical, um armado em John Lennon e em modo stalker e outro com a mania que é a última coca cola do deserto que faz o gosto ao 'block' das redes sociais. Haja paciência.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Eu, acérrima fã do Carnaval, deixo aqui o registo de 2014:

Não sei quem é este moço, mas foi o mais original da noite e o mais em cima do acontecimento!

Em 2014 e em modo Cleópatra.

Herege!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Eu podia sonhar com tanta coisa....

...que estava numa praia paradisíaca a aviar margaritas, que estava a passear em Paris, a esquiar na Sierra Nevada, a tirar fotos em Ipanema e a beber uma água dji côco,  que estava a comer uma bruta de uma francesinha ou a rir-me com os deficientes dos meus amigos...mas não. Toma lá, sonha com o *****, aquele gajo que fez tanta merda que só uma terapia de choques elétricos é que te podia fazer esquecer a profundidade de tanta idiotice junta numa só pessoa. Vá, sonha que está tudo bem e que ele veio pedir desculpa e está no portão de tua casa, todo ele mais doce que o pote de mel do Winnie the Poo, sonha com isso tudo e mais umas coisas. Mas sonha só que a realidade não vai mudar. Fuck. E logo a seguir 'amanda-te' pro ginásio, corre 10 km e dá de caras com o sósia dele (tão parecidos que até me assustei da primeira vez que o vi), cor de olhos incluída, a olhar pra ti pelo canto do olho enquanto se sofre a fazer abdominais e exercícios de glúteos, tão sexy. I love my life. Ou quase. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Eu juro que não entendo. Então um moço dos tempos da fluppy abre-me o chat, manifesta o seu interesse na minha pessoa e eu que sou quase sempre sincera digo-lhe 'desculpa lá, mas não', que sempre é melhor do que dizer 'come uma fruta que te faz melhor', e semanas depois todo um chat que se abre. A coisa estava resolvida e como eu ainda tenho educação e não deixo pessoas sem resposta (pode ser para despachar, mas respondo), vi-me envolvida nesta conversa e fiquei sem saber o que o moço queria:


Ele: Olá
Eu: Olá
Ele: Tudo bem?
Eu: Sim, obrigada. E contigo?
Ele: Também.


E o que é que se depreende daqui? Pois. Nada de jeito. Vou é começar a ser mal educada e fazer aquela cena fixe de ver o que me disseram e fechar a janela de maneira a aparecer como não ter visualizado. 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Assim pra dizer a verdade...

é isto que me apetece dizer a toda a gente. Nunca pensei chegar a este nível de tensão, de exaustão, de tudo ao mesmo tempo, de chegar ao ponto de a única coisa que me apetece fazer é dormir, é não ver ninguém, é não falar com ninguém, é não fazer nada, é deixar tudo pelo caminho porque há demasiado cansaço, demasiada ginástica mental, demasiados inspira-expira para sobreviver a mais um dia. A vontade que eu tenho de deixar tudo e ir embora pra não voltar.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Neste dia

O facebook às vezes tem graça e agora tem uma aplicação chamada "Neste dia" onde se pode ver o que se postou naquele dia mas de anos anteriores. Fui eu a 2010 e eis que aparecem por acaso seguidinhas duas publicações: a minha, uma música (minha e dele na época, -aos anos!) e um estado dele a dizer "(empty)". Awkward.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Ando há uns dias com uma sensação estranha de que mais alguma coisa vai acontecer. E não vai ser boa. De todas as vezes que tive esta perceção...deu em merda. Uma aposta em como vou ouvir pela segunda vez o que ouvi no verão e vai ser desta que vai ser tudo radical? 
Depois da grandessíssima merda que foi janeiro, começou fevereiro. Melhorou? Não. A verdade é que não melhorou. O André diz que depois de tanta coisa é má é porque só podem estar a chegar mudanças e coisas boas. Espero mesmo que ele tenha razão. É que à conta deste mês e 13 dias já estou totalmente esgotada, sem paciência pra fretes, pra merdas forçadas, pr'aturar pessoas palermas. Já fui bem mais tolerante, já fui bem mais disciplinada mas, foda-se, tenho sono e tenho fome. Penso que vou descansar nos fins de semana e pumba, já estou em mais velórios e funerais. Isto se não fosse trágico era uma comédia do c@r@8%#%. Estou cansada, 5 minutos a dormir são uma maravilha. Não tenho ido ao ginásio à terça porque estou descompensada de uma segunda feira horrível, tenho montes de livros pra ler - como raio é que eu vou preparar um projeto decente assim atrasada? Medo a acontecer em mim -, estou desmotivada, sinto falta de ter tempo para ler, pesquisar e passar uma noite a escrever um ensaio. Tenho saudades dos tempos em que não adormecia a ver filmes. Domingo à tarde foi lindo: sugeri o filme, aguentei meia hora. E aquilo tinha 2horas e 50 pr'aí. Acordei nos últimos 10 minutos com toda a gente a chorar, uma casa explodiu. "Foram os nazis?" - pergunta parva. "Não, foram ordens do Churchill". Ok, volta a dormir, Andreia, que o teu mal é sono. Sei lá eu que fazer à vida. Quem quiser entrar que entre, quem quiser sair que saia e que não se ponha é no meio do caminho. E era suposto eu ir pra cama e aterrar...mas não. Uma pessoa fica ali a pensar, a pensar e já cansa mais meio coração e 3/4 de cérebro. Não está fácil. Tenho de virar isto ao contrário e fazer outras coisas, ver outros caminhos. Se calhar só preciso é de ir bottar um shake, comer um sushi e chorar, que é coisa que raramente faço agora e que só me fazia era bem. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Das coisas boas de janeiro: nada

Janeiro foi o pior mês que me lembro de passar desde há anos. Não teve uma única coisa em condições, salvo a marcação de uma reunião de um projeto que começa em fevereiro. De resto, foi uma merda: começou mal nas primeiras horas do dia 1 e acabou mal nas últimas de dia 31. Nunca mais acabava: só trouxe deceções, tristeza, dúvidas, instabilidade, insegurança. E chuva e vento e frio e constipações. E pessoas que não prestam e pior do que tudo pôs-me as fragilidades a descoberto. E isso é coisa pra me assustar a sério, para me fazer pôr a milhas de toda a gente, a afastar tudo e todos e escondida no casulo até voltar a ser seguro dar-me às pessoas à minha volta, até me sentir com força suficiente para continuar. Que vá. E não volte. 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Não, não morri, só não tenho tido nem tempo nem pachorra para vir aqui. E ia escrever um post sobre um moço chato com'ó caraças mas nem isso me apetece porque ele entretanto já me saturou com a mesma conversa de chacha para a qual não há paciência. Que assédio ao sábado à noite.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Padres, caleidoscópios e recomeçar - isto tem mesmo uma explicação


Pois que já estamos em 2014. O jantar foi muito giro, super elegante, gente bem vestida (vá, nem toda a gente, mas pronto), subi à cadeira com uma nota e champagne, comi passas e tentei pedir os mesmos desejos que escrevi na listinha que fiz no dia 31 e que repousará durante 1 ano num livro da Lídia Jorge. Estava em boa companhia, comprei uma cueca nova para não fugir à tradição e usei um vestido vermelho de morrer e uns saltos vertiginosos que me deixaram uma gaja de mais de metro e oitenta. Estava tudo a correr tão bem até me virar e, em câmara lenta se formar a frase "está ali o *****". Lindo e só a mim, encontrar o 'ex'...nas primeiras horas do ano novo. Podia ter corrido bem, mas não correu. Resumo? Os homens não gostam de ser ignorados, parece que isso lhes revolve as entranhas e os faz ter atitudes (regadas por um elevado nível de álcool no sangue que não há de ter ajudado à irritação) lamentáveis. Passou.
O resto do dia 1 foi uma maravilha: almoço e jantar de família e aniversário da avó.

Os dias seguintes vieram carregados de uma atmosfera de morte e velório e funeral e foram emocionalmente cansativos. Não costumo gostar muito de ouvir padres a falar porque regra geral não dizem nada de jeito, mas gosto imenso de ouvir o padre de Oliveira do Douro. É daqueles que fecha a Bíblia e fala com as pessoas. Fiquei ali meia hora a ouvi-lo e acho que continuava. E realmente como ele diz, somos seres provisórios, é tudo demasiado provisório, passageiro e a morte é de facto uma chamada de atenção para a vida, para o que realmente importa. E isso deixou-me a pensar, como seria de esperar, em tudo isso. E metade do que me afligia passou, não por magia, mas porque há coisas e pessoas que realmente não interessam. E quem interessa está por perto, porque a vida às vezes é madrasta, mas também dá segundas oportunidades. Basta só mudar a perspetiva do caleidoscópio e ver outras combinações de cores e outras formas e, mais do que isso, saber reconhecer quando elas surgem e agarrá-las.