sexta-feira, 4 de abril de 2014

Ultimamente ando a raciocinar com base em letras de músicas. Não umas quaisquer, obviamente, mas músicas que me lembram de coisas e de pessoas como se tivessem lá definições, coisas guardadas. Tenho pensado muito - já deu pra ver que eu penso demasiado na vida - mas de maneira diferente. Se há um mês me dissessem que ia estar neste ponto agora, eu não tinha acreditado. Não é que tenha mudado muita coisa. Eu é que me apercebi de como mudaram as coisas. Não é mau, aliás, não é nada mau. Sinto-me desprendida, sem receio de magoar X ao fazer alguma coisa. Sinto-me endurecida de tantas semanas de vulnerabilidade. 
Tenho pensado muito numa metáfora em concreto, de cacos espalhados. Meia dúzia de palavras quebraram o encantamento e espalharam-se os vidrinhos, mil vidrinhos estraçalhados. Como não gosto de deitar fora, varri tudo - o que sobrou... - e arrumei num canto sem mexer e sem a preocupação de colar, de reconstruir, de dar uma forma ao conjunto de cacos desencantados que sobrou. E foi isso que me trouxe essa sensação agridoce de desprendimento, como se fosse uma vida nova a começar - de tantas que já recomecei este ano. 

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