Pois que já estamos em 2014. O jantar foi muito giro, super elegante, gente bem vestida (vá, nem toda a gente, mas pronto), subi à cadeira com uma nota e champagne, comi passas e tentei pedir os mesmos desejos que escrevi na listinha que fiz no dia 31 e que repousará durante 1 ano num livro da Lídia Jorge. Estava em boa companhia, comprei uma cueca nova para não fugir à tradição e usei um vestido vermelho de morrer e uns saltos vertiginosos que me deixaram uma gaja de mais de metro e oitenta. Estava tudo a correr tão bem até me virar e, em câmara lenta se formar a frase "está ali o *****". Lindo e só a mim, encontrar o 'ex'...nas primeiras horas do ano novo. Podia ter corrido bem, mas não correu. Resumo? Os homens não gostam de ser ignorados, parece que isso lhes revolve as entranhas e os faz ter atitudes (regadas por um elevado nível de álcool no sangue que não há de ter ajudado à irritação) lamentáveis. Passou.
O resto do dia 1 foi uma maravilha: almoço e jantar de família e aniversário da avó.
Os dias seguintes vieram carregados de uma atmosfera de morte e velório e funeral e foram emocionalmente cansativos. Não costumo gostar muito de ouvir padres a falar porque regra geral não dizem nada de jeito, mas gosto imenso de ouvir o padre de Oliveira do Douro. É daqueles que fecha a Bíblia e fala com as pessoas. Fiquei ali meia hora a ouvi-lo e acho que continuava. E realmente como ele diz, somos seres provisórios, é tudo demasiado provisório, passageiro e a morte é de facto uma chamada de atenção para a vida, para o que realmente importa. E isso deixou-me a pensar, como seria de esperar, em tudo isso. E metade do que me afligia passou, não por magia, mas porque há coisas e pessoas que realmente não interessam. E quem interessa está por perto, porque a vida às vezes é madrasta, mas também dá segundas oportunidades. Basta só mudar a perspetiva do caleidoscópio e ver outras combinações de cores e outras formas e, mais do que isso, saber reconhecer quando elas surgem e agarrá-las.
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