Somos bombardeados por palavras todos os dias até chegar aquele em que a arma está apontada à nossa cabeça (coração) e a bala de quem dispara é fria, indiferente, escolhida a dedo para perfurar e causar dano. São traços, combinações de sílabas, palavras, frases...Não me adianta recorrer à Fonologia que não vai dar em nada. Depois de disparadas, deixam-nos anestesiados, em estado de choque. Não se sente rigorosamente nada; a dor da ferida é maior que tudo. Até que, um dia, o gelo que nos isolava do resto do mundo começa a derreter. Reagimos à temperatura ambiente, onde as palavras não magoam num tiro, mas continuamente, com o sangue que não pára de correr.
Hoje sim estou à temperatura ambiente.
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