Há dias um amigo desabafava comigo sobre os problemas da relação. Dizia ele que ela era frágil e que não lhe podia dizer nada, que estavam a viver juntos (parte em que eu arregalo os olhos e digo "O QUÊ?"), que ele já não tinha espaço pra ele, que quando ela não estava com ele mandava-lhe MENSAGENS a dizer tudo o que não tinha coragem de lhe dizer na cara. E eu, que como sempre tenho a tarefa de fazer as perguntas difíceis, perguntei-lhe "gostas ou estás apaixonado?" e ele respondeu... "gosto". Perguntei-lhe também por que não acabava a relação e ele disse-me que tinha medo que não existisse mais ninguém que gostasse dele.
Na minha cabeça não se formula sequer a ideia de manter uma relação quando a paixão desenfreada se converte num simples"gosto". Não dá. Se ele me tivesse dito "estou apaixonado", eu dizia-lhe para lutar por aquilo até ao fim, nem que saísse despedaçado, nem que passasse noites acordado, nem que sofresse terrivelmente. Porque aí estaria apaixonado, estaria a lutar pelo que queria. Nestes assuntos amorosos, se tudo passa ao "gosto", então o "gosto" é amizade, é companhia e, pior que isso, é hábito. Não é paixão nem borboletas no estômago. É apenas magoar-nos, coagir-nos a uma situação que um dia se torna insustentável e que acaba com pessoas a virar a cara, a sentir ódio e, se calhar, a sofrer ainda mais. Claro que há laços que se criam, é díficil deixar, mas é capaz de ser o melhor.
1 comentário:
n consigo perceber (e lamento) q haja pessoas c problemas d auto-estima nos anos zero.
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