Ontem à noite fui ver esta peça. Já não ia ao teatro desde o início do ano e, curiosamente, parece que 2009 está a acabar como começou (a chuva do dia d' O Mercador de Veneza e o meu espírito pouco animado dispensam-se). As três actrizes são umas grandes senhoras. São bichos de palco. Se eu já gostava da São José Correia, então agora ainda gosto mais.
Expressão corporal fora de série, uma interpretação ainda melhor e um texto despudorado, sem preconceitos e que retrata verdadeiramente o universo feminino. Não é só uma peça para mulheres; é também para homens que querem conhecer (melhor) as mulheres e a relação que elas têm com o seu corpo.
Como pontos negativos, acho que há alguns pais que estão muito fora da graça do Senhor; não é texto nem lugar para criancinhas pequenas. Mais fora ainda está a senhora pacóvia que decidiu tirar fotos com flash a meio da peça. Mais uma vez, São José, no final, sai do palco e, em frente a toda a audiência, pede-lhe para apagar as fotografias que tirou pois, como ela disse muito bem, elas são actrizes e não bonecos. Aplauso de pé pra ela. Lá está a cultura do povinho. Tudo bem que toda a gente quer uma fotografia, mas não é permitido. Querem fotos vão à net que de certeza que há fotógrafos contratados para esse trabalho e que as expõem em sites de revistas, blogs, whatever. Já nem falo na falta de respeito que é para com as actrizes e para com o restante público.
PS: Adorei os modelitos! São José com uma criação de Dino Alves (apetecia-me despi-la e roubar-lhe o vestido!), Ana Brito e Cunha com uma dos StoryTailors (estou a ficar fã!) e Guida Maria num modelo de Nuno Baltazar muito discreto, apropriado e, acima de tudo, sensual (apesar de eu achar que fica melhor em mim do que nela. Sorry, Guida).