sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

De como me perco na minha vida

Há aqueles momentos na vida em que entramos em modo PAUSA. O meu foi hoje. 30 km a conduzir, a estrada sem fim. E a minha cabeça dava voltas e voltas a pensar em decisões que tomei, no rumo que segui. Tenho quase 20 anos e estou a meio da minha licenciatura de 3 anos. Pretendo continuar de imediato e seguir para mestrado. Quero estudar o que gosto; sinto-me como peixe na água no meio de livros velhos, de páginas e páginas de palavras a cheirar a mofo (ok, os de Linguística dispenso). Mas também quero ser independente depressa. Gosto imenso de espaço para mim: eu e as minhas ideias, divagações, coisas, gargalhadas por coisa nenhuma; não ter de dar explicações nem dizer que vou a X sítio, que provavelmente chego a X hora. Mas também sabe bem o miminho da família, a rotina a que estou habituada...
Parece que hoje ando a divagar e a passear pela minha vida. A sentir saudades de algumas coisas e pessoas, a lamentar ter feito outras, a rever o que aprendi e não esqueci; a pensar como serão aquelas que irei fazer, tendo plena consciência de que o amanhã é demasiado incerto.
Conheço-me tão bem que tenho medo das decisões que possa tomar daqui para a frente. Assusta-me saber exactamente como sou e quem sou. Deve ser das únicas coisas na minha vida que nunca pus em causa. Ultimamente tenho-me dedicado não só a família/amigos/curso como também a construir muralhas em relação à minha vida sentimental (sim, estou a falar daqueles seres humanos complicados que são os homens). É extremamente difícil alguém ultrapassar essas barreiras. O treino tem sido tão intenso que a cada dia ergo novas, ponho novos e variados obstáculos. Não estou mal assim; parece que aprendemos quando a vida nos puxa o tapete, quando nos mostra que tudo aquilo que pensámos é tão frágil que ao menor sopro corre o risco de ruir. E parece que algures no tempo eu prometi a mim mesma não voltar a ruir como já ruí. Mas, se antes era o "Esse? Não quero. Não estou pra me chatear a aturar um gajo que de certeza que me vai magoar. Pra quê? Se ele não me magoar,a minha reacção vai ser afastá-lo" ou "Aquele acha-me piada. Ok. E então? O que é que eu tenho a ver com isso?", agora é o simples "Sinto falta".

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