terça-feira, 29 de junho de 2010

Shall we dance?*

Quem me conhece sabe que eu agulhas somos arqui-inimigas desde a minha existência. Eu fazia os meus pais passar vergonhas porque queria sempre fugir, até ao dia em que eles perceberam que o melhor era agarrar-me e manter-me quietinha pra tortura.
Os anos passam e isto não melhora. É ver-me a ficar de todas as cores, suores frios, tensão baixa, olhos arregalados e aquela sensação de vá-vou-só-embora-e-ninguém-dá-por-mim.
Ora hoje foi dia de tirar sangue para fazer análises que isto de uma pessoa emagrecer muito num mês e meio tem que se lhe diga. Eu, que nem gosto de acordar cedo, fui tão boa menina que segui o conselho da mamã:

Vai cedinho pra cama pra não ficares cansada. Estás fraquinha, é melhor dormires.
Acordei cheia de vontade, mas não me queriam deixar ir. Vai daí vi dois episódios de Flashpoint. Toda eu cheia de fome, de sede e sem poder fazer nada. Finalmente lá chegou a hora. A menina, uma simpatia, lá me agarrou o esquerdo (já eu pálida de ver a agulha), espetou, agulha pra cima, agulha pra baixo e eu branca como os calções que tinha vestidos. Nada. Agulha pra esquerda, agulha pra direita. Nada. As suas veias estão a castigá-la. Esta era melhorzinha e fugiu. Muda de braço. Espeta a agulha outra vez (continuei branca). Fiquei muito contente quando finalmente vi que ela me tinha apanhado a veia. Naquele momento pensei que ser toxicodependente não era pra mim.
Conclusão: tenho veias bailarinas, duas picadas de agulha e um braço a oscilar entre o roxo e o verde. Ah...e pegar na carteira foi tarefa para esquecer. Logo eu que só consigo pegar nela com a esquerda.
*E não, o título não tem (quase) nada a ver com o post.

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