Vénus e Marte...que é como quem diz "Mulheres e Homens"! Desde há sensivelmente dois anos que a minha personalidade e maneira de estar em relação ao elemento masculino tem mudado. Olhando para o que eu era e para o que sou, noto uma diferença enorme.
Vejamos o seguinte - até 2007, eu (ainda) acreditava:
-em Sapos que se transformam em Príncipes Encantados;
-em homens-heróis, aqueles que estão lá quando é preciso;
-que o romance e a doçura do início das relações estaria sempre presente;
-que ia casar (devia estar louca ou andava a comer gato por lebre!) com o 1º namorado que tivesse;
-que as relações, mesmo que não fossem eternas, seriam para sempre guardadas num baú pequenininho que temos dentro do coração;
-que não podia haver amor sem sexo e que era impensável que tal acontecesse;
-que era impossível esquecer a pessoa por quem, um dia, nos apaixonámos.
Depois de 2007 e até à actualidade:
-não há Príncipes, só Sapos (e daqueles que passam o dia todo a fazer FROG FROG e a comer moscas);
-nenhuma relação é eterna;
-os homens são cobardes e não gostam de dizer a verdade;
-as mulheres são chatas até dizer chega: fazem trinta por uma linha até saturarem o moço;
-com os homens (aqueles seres fofos e pouco confusos) há uma maneira simples de agir e que não lhes dá um grande nó no cérebro: "Queres, queres; não queres vai-te embora";
-no início da relação é só mensagens, emails, frases fofinhas; depois isso passa e o "meu chuchu", "meu bolinho de bacalhau" esfuma-se no ar;
-há sexo sem amor;
-aprendi a diferenciar amor de paixão/desejo/atracção - estes estão todos no mesmo saco;
-tive o meu 1º namorado (o Hermes) e felizmente que o mandei dar uma volta.
Contudo, em relação a essa personagem caricata da minha vida (a.k.a. novela mexicana interminável), há algo que se destaca: se, por um lado, foi uma das grandes desilusões que tive, por outro foi o melhor que me podia ter acontecido pelo simples facto de ter aberto o olho, de ter deixado de idealizar cenários românticos em que os Príncipes são maravilhosos e de ter encarado a vida de uma outra maneira. Pés bem assentes no chão, cabeça a raciocinar.
E igualmente importante: nada disto me tornou amarga, insensível, frustrada. Apenas forte e a aprender a encarar a vida de uma forma mais leve, mais relaxada. E tendo a certeza que se hoje chove, amanhã o sol está aí à espreita e estás nas minhas mãos absorver essa energia.
Se era tímida? Demasiado. Agora? Igualmente, mas muito menos. Com muito mais "lata" (diferente de vergonha na cara) e a abominar comportamentos de mulherzinhas frágeis e que querem que os palermas (os homens!) andem atrás delas com paninhos quentes. Isso não acontece. Cada um tem o seu jogo.
Exemplo: Marte tenta conquistar Vénus. Ao início estabelece vários contactos interplanetários; consegue permissão para visitar o planeta e acha que já é facto adquirido. Vénus, atraída, ainda volta à comunicação, mas Marte "não está nem aí". "Pois bem, pensa Vénus, mandei-te uma sms interplanetária ontem e anteontem. Hoje é a tua vez, Marte fofo. Mandas,óptimo; não mandas, não sou eu que vou mandar! Quando te lembrares, a rede intergaláctica está activa".
1 comentário:
Ai... (suspiro) Os homens! Espécie rara, nao é? Um dia estão bem e de repente no outro estão totalmente diferentes, quase não nos conhecem.
Têm o ego inchado, fazem-nos a corte, e depois esperam que rastejemos a seus pés. Tristes! Pobres criaturas crentes...
Já lá vão os tempos em que ficávamos a lamentar-nos por causa do comportamento de x e y. Os tempos mudaram, e nós aprendemos com esses meninos, que não há outra palavra para qualificá-los.
Sim, nós também cometemos os nossos erros e também temos os nossos períodos de "curtir a fossa", mas não deixamos que nada fique entalado, nem passamos o resto do nosso tempo a pensar nisso. Como disseste, after the rain, the sun.
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