Já foi há mais de um mês e a verdade é que hoje foi o dia pior. Não fiquei destroçada na altura, fiquei dececionada e triste com aquela atitude tão infantil e tão idiota, com o ultimato e a agressividade; fiquei enervada com o que ouvi há 15 dias, o tom descontraído como se não tivesse acontecido nada. Hoje foi um dia diferente. É verdade que os últimos dois meses têm sido vividos sempre a correr, há sempre coisas a fazer e pouco descanso e o tempo passou depressa e absorveu-me de tal forma que não tive um minuto sem nada que exigisse atenção. Só hoje é que parei para pensar, na meia hora do seca-estica-penteia o cabelo e tive saudades dele. Apesar de tudo. Depois senti-me culpada e estúpida por ter saudades, por saber que ele não merecia que eu as sentisse. Não podia admitir que ele continuasse a destratar-me, era ponto assente; mas hoje tive todas as saudades que cabem num ano de beijos e beijinhos, de xi-corações, de abraços, festinhas e colo, de risos e sorrisos. E elas doeram e fizeram-me chorar - eu que achava que se tivesse de chorar já tinha sido tempo. Vai passar, claro, mas até tive saudades de o ouvir dizer que estava cansado, de o ver transformar-se quando falava na profissão (que exige disciplina, dedicação e paciência) que o faz feliz., de reclamar por eu estar acelerada, de encostar a cabeça no meu ombro. Podia ter corrido tão bem, mas correu mal. Amanhã é um novo dia e há que levantar a cabeça.
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