quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ela não tem tempo. É impossível não derramar uma lágrima de que cada vez que penso nela. E hoje já pensei nela umas 5 ou 6 vezes. Foi a primeira pessoa em quem pensei quando acordei. Ela não tem tempo. E ela de certeza que tinha tantos planos, queria ver tanta coisa, os filhos casados, os futuros netos. De certeza que queria continuar a passear com os amigos aos domingos, nas almoçaradas regadas a petiscos e boas conversas, a fazer compras e marmelada e geleia em outubro - ela mandava sempre um frasquinho pra mim e este ano já não mandou - a regar as plantas de que tanto gosta. Ela não tem tempo. Não tem. E é só isso que me ecoa na cabeça. Todas as coisas que ela ainda tencionava fazer, todas as gargalhadas que ainda ia dar, todos os momentos felizes. Maldita, maldita doença. Sempre a levar mais um, a roubar tempo, constantemente a roubar tempo, em contagem decrescente repetidamente adiada. Ela não tem tempo.  

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