quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nós, as gajas - III

Eu gosto de ler a Cidália e arranco a última página da NS de sábado para guardar as crónicas dela. Não é que tenham uma qualidade a que possamos chamar literária; na verdade, não passam de banalidades. Mas as banalidades que dão gosto ler. E isto porque nos revemos numa outra palavra ou situação.
Nós, as gajas, gostamos de palavreado. Então se for escrito ainda melhor. Porque nós, as gajas, gostamos de ter algo a que nos agarrar...mesmo que seja um bocado de papel com 2 ou 3 colunas de banalidades sobre relações. Nós, as gajas, no que toca a relações, somos umas idiotas chapadas... a partir do momento em que o factor gostar se infiltra na equação. Se não fosse isso, o mundo das gajas era uma delícia: cordeirinhos amansados, cãezinhos amestrados, homens dóceis, homens a implorar para que, por uns míseros 10 segundos, olhássemos para eles. Mas nós, as gajas, nãooooo! É começar a meter tudo o que pudermos lá naquela trapalhada de números e emoções e vamos lá ver o que isto dá. Nós, as gajas, sabemos logo o que vai dar e o que não vai. As ideias só se nos confundem quando a situação é preclitante e estamos ali no vai, não vai, no agora vai, mas já não foi, no chega pra cá, agora vai pra lá. Metemo-nos em joguinhos a que estamos habituadas, com as nossas regras (pensamos nós, as gajas). Se isto fosse o Monopólio, nós, as gajas, gostávamos mesmo era de estar sempre a cair no Estacionamento Livre que era da maneira que açambarcávamos a dinheirama toda que lá estava. Mas 3 ou 4 voltas depois, nós, as gajas, deixamo-nos cair na prisão. Que é como quem diz, nós, as gajas, apaixonamo-nos. E a partir daí, não há cartão de "Você está livre da prisão" ou double que nos safe.

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